domingo, 20 de junho de 2010

Águas do Amanhã

Sobre a criação do movimento pelas "Águas do Amanhã" do Instituto RPC, gostaria de dar minhas felicitações pela iniciativa. Todavia permitam-me discordar da escolha dos membros do Conselho. A formação de um Conselho com membros que tem suas posições já conhecidas e divergentes da de outros membros do referido Conselho em nada acrescenta. A pluralidade da formação do Conselho deveria refletir as diversas posições da Sociedade, mas com membros não ligados aos organismos já instituídos. Assim as discussões se dariam em um âmbito franco e não institucional. Boa sorte a todos.

ABNT

A busca da qualificação é sempre bem vinda. Acontece que na grande maioria das ações da sociedade isto se dá por lei ou pelo esforço próprio. No caso da construção isto se dá por Normas elaboradas pela ABNT, as quais os profissionais terão de comprar. Se o Código de Defesa do Consumidor instituído pela Lei 8.078 determina que as Normas da ABNT sejam as referências, estas deveriam ser de livre acesso. Se a instituição ABNT é sem fins lucrativos, por favor, acabem com a cobrança. Saudações

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estádio do Morumbi

Não vou dizer que já havia dito que a obra do estádio do Morumbi era inviável, mas hehehehe... com muito tempo de atraso FIFA e CBF concordaram (comigo) que não há como utilizar o estádio. A questão agora é saber se haverá tempo hábil para apresentar e concretizar um novo estádio. Capacidade, localização, caderno de encargos e outros bichos serão fáceis de solucionar, o mais difícil será acomodar o EGO e a AMBIÇÃO paulista e paulistana. De resto como estamos aqui para discutir arquitetura, projetos e afins, como sempre disse o estádio do Pacaembu é o mais viável de todos os pontos de vista. Óbvio que este precisará de uma reforma ambiciosa para que se cumpram todas as exigências. Olha eu aqui disposto a emprestar meus conhecimentos. Brincadeiras a parte, pelas condições que este ou qualquer outro projeto que venha a ser apresentado exigem, será um belo desafio profissional. Saudações

sábado, 22 de maio de 2010

Palácio Iguaçu - Restauro ou Reforma?

Sobra matéria publicada no jornal Gazeta do Povo de 22 de maio de 2010 gostaria de dizer que nós arquitetos deveríamos abordar de forma diferente o tema. Como se coloca o restauro, estas obras todas devem se tornar museus, sob a ótica de alguns profissionais, para mostrar ao público como elas funcionavam. Instalações de lógica (informática), novas técnicas de iluminação, novas instalações elétricas, nova hidráulica, sistemas de telecomunicação, novo mobiliário, equipamentos de ar condicionado entre outros não fazem parte das técnicas da época e, como tal não deveriam ser incorporados. Um exemplo de como se pode ver isto é a simples troca de um vidro, a técnica de fabricação de vidros na década de 50 eram diferentes das atuais produzindo um efeito totalmente diverso do momento da obra original para a obra sob o efeito da intervenção ou restauro. Explique-se, na década de 50 não se conseguiam vidros tão planos como os atuais, obtendo-se um reflexo, um brilho diverso do vidro produzido atualmente. Semântica a parte o que se propõe sempre, independente do profissional a realizar o projeto é uma intervenção atualizadora. A discussão não é técnica, mas política (no sentido da intensidade da intervenção). Saudações

terça-feira, 4 de maio de 2010

Copa 2014

Desde a semana passada os noticiários esportivos vem se dedicando ao assunto das obras inexistentes para a Copa. Esta semana começou com uma apertada nos irresponsáveis, ameaçando com um plano B, a Inglaterra. Cutuca daqui, discute dali, questiona acolá, mas de ordem prática ainda nada foi posto em marcha. Falta de planejamento, falta de dinheiro, licitações bloqueadas, falta de vergonha. Motivos de toda sorte completam as lacunas e impedem que as mesmas sejam corrigidas. Questionam os custos de tudo, quando na verdade querem mesmo é perguntar o quanto cada um vai levar. Uns nada levarão, outros levarão muito, alguns incautos pela graça de Deus, seja ele qual for simplesmente irão empatar a partida, não ganhando nada nem perdendo. Quem conhece um pouco de obra e, não é preciso conhecer muito, sabe que obras de 333, 444 ou 666 milhões não saem do papel de uma hora para outra (o 666 foi proposital). O caso mais emblemático é do Estádio do Morumbi. Nem o projeto está aprovado. Um custo estimado de R$ 150 milhões, para um clube que deve mais que isto (fonte internet), embora o patrimônio possa ser maior, a equação da divida já não está fácil, o que dirá se ela dobrar repentinamente. Como os credores irão assistir a isto? Pão e CirCopa 2014 é o querem.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Metro de Curitiba Outro Capítulo

Amadorismo disse o professor Ratton, na matéria publicada no jornal Gazeta do Povo de 29 de abril de 2010, eu incluiria insanidade de técnicos e políticos envolvidos no processo. Posso ser antiético como arquiteto ao chamar de insanos os técnicos. 13 ou 22 quilômetros de linha de metro, como foi proposto por último na reunião com o ministro Paulo Bernardo ao invés de proporcionar uma solução para a cidade, irá criar um problema maior, pois a transição de um sistema para outro quebra o fluxo de movimento. Técnicos mundialmente reconhecidos, dizem a mais de 20 anos que cidades com mais de um milhão de habitantes precisam de metro, Curitiba já provou o contrário. U-Bahn de Viena ou Sttutgart que são uma versão de bonde elétrico podem servir como base para uma melhoria no nosso sistema de transporte. Para uma população que para de crescer em dez ou quinze anos no máximo e, entrará em declínio a partir disto demonstra bem o amadorismo com o qual o assunto vem sendo tratado. Não elegemos os governantes para que executem obras e projetos de acordo com seus sonhos, mas sim para apresentarem soluções adequadas. Saudações

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Metro de Curitiba Mais um Capítulo

Em reflexão a matéria do Blog Conexão Brasília de André Gonçalves na Gazeta do Povo de 26/04/2010 gostaria de dizer que segundo estudos de diversos e respeitados demógrafos, em aproximadamente quinze anos a população brasileira irá estabilizar e começara naturalmente a diminuir. Com o crescimento econômico chegando a quase todos os cantos do país a população irá se distribuir de melhor maneira, pois haverá maiores e melhores oportunidades pela natural descentralização da economia, desinchando assim os maiores centros urbanos do país. Por que então esta desmedida intenção de construir uma obra que nada ou quase nada irá contribuir para o desenvolvimento de Curitiba. Existem diversos dispositivos para melhorar nossa mobilidade urbana. Dividas por obras necessárias sim, por esta não.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ocupações Irregulares

Passado o clamor das calamidades provocadas pelas chuvas, o desespero das pessoas que perderam tudo e um pouco mais o descaso de muitos reflitamos. Quando cursava arquitetura lançou-se um slogan que dizia o seguinte “FAVELA NÃO É PROBLEMA, É SOLUÇÃO”. Não agora, mas desde sempre fui contrário a isto. O custo social da marginalização destas pessoas (marginalização não de bandidagem, mas de quem vive a margem, de quem não está inserido no contexto) é incalculável. O custo econômico financeiro é calculável, todavia a eficácia das ações de urbanização destes espaços é nenhuma. É a institucionalização da irregularidade, da irresponsabilidade, da incapacidade administrativa, da incapacidade de planejamento (ou do sucesso total do planejamento do caos, do quanto pior melhor). Bacana ver as pessoas se apinhando em morros, equilibrando-se sobre os rios, denominando-se comunidades, recebendo visitas ilustres que se alimentam da pobreza humana. A omissão do poder público em permitir a ocupação de áreas impróprias é criminosa. A ocupação destas áreas pelas pessoas é irresponsável. Estamos todos errados. Urge uma ação que literalmente obrigue a todas estas pessoas a se retirarem destas áreas, antes que mais tragédias se sucedam.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Metro Curitiba

Fala-se do metro curitibano para desafogar o transito, mas nem políticos nem técnicos são convincentes da necessidade desta obra. Uma pessoa pode observar o transito em momentos de “rush” e verificar quais veículos entopem as ruas. São carros, motocicletas e afins. Ônibus são em grande número apenas próximos aos terminais, pois logo que deixam estes locais se dispersam no transito. O espaço utilizado por parte destes veículos pouco ou quase nada irá mudar no panorama urbano de Curitiba. A quem interessa esta obra?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Regularização Fundiária

Com relação a matéria veículada na edição de 12 de abril de 2010 do Jornal Gazeta do Povo sobre Áreas Clandestinas, gostaríamos de ponderar que do ponto de vista legal a prefeitura está correta, ao não promover ela Prefeitura Municipal de Curitiba a regularização e legalização das ocupações mas que do ponto de vista gerencial está completamente errada. Este é um dos inúmeros problemas com os quais o poder público se vê as voltas diariamente. Quando se trata de regularização de áreas de favela há grande mobilização. Mas quando se trata de parcelamentos espontâneos, a grande maioria destes proprietários são de boa fé e mesmo os vendedores, mas desconhecem o rito legal. Deixá-los a margem do processo não é administrar. Parâmetros urbanísticos são fundamentais, mas nestes casos não essenciais. Saudações

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Morumbi para a Copa

Aparentemente este pode não parecer um assunto a ser discutido aqui, mas vou tentar colocá-lo do ponto de vista da arquitetura e do urbanismo. Estádio do Morumbi para a Copa de 2014. A insistência em revitalizar o estádio para sua utilização na Copa não faz o menor sentido. Revitalizar, re-revitalizar, reprojetar e re- reprojetar é atender as necessidades de alguns e não o objetivo precípuo. Não sou paulista nem tão pouco paulistano nem mesmo são paulino. Do ponto de vista da arquitetura é sabido que o custo de uma reforma para adaptar o estádio as exigências da FIFA é e será muito maior que a construção de um estádio novo, ou seja, a não demolição do estádio para a construção de um novo no local atende aos interesses do clube proprietário, pois não precisaria jogar em outro lugar durante as obras. Onde seria instalado o canteiro de obras? Não há lugar para isto junto à área do estádio. Este é um dos pontos a serem discutidos, se é que são discutíveis. Do ponto de vista urbanístico as av. Jorge João Saad e Giovanni Gronchi são absolutamente insuficientes em termos de acessibilidade aos eventos que se propõe, metro a 1,5 km é também demasiado, ou alguém irá propor ou já propôs um ramal até o Morumbi. O estádio do Pacaembu é o único em São Paulo capaz de ser transformado em um estádio sob as exigências da FIFA, o espaço existente é suficiente para a instalação de um novo estádio ou Arena se preferirem alguns. Urbanisticamente também, pois o complexo viário ao redor é suficiente para receber o fluxo que ocorre em eventos deste porte. Metro a 600 m e uma rede de ônibus bastante grande, proximidade dos núcleos hoteleiros diferentemente do estádio do Morumbi. Por estas e várias outras razões insistir nisto não faz o menor sentido. Saudações e troquem de projeto

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Planejamento x Transporte

Há muito tempo o planejamento foi abandonado. Em Curitiba as estruturais foram propostas para que ali serviços e comércio se estabelecessem, bem como os trabalhadores destes setores estabelecessem moradia tendo como efeito prático o desafogo do transporte coletivo. A pressão do setor imobiliário corrompeu o planejamento. Permitir a inversão deste planejamento é responsabilidade do poder público. Temos de voltar ao planejamento antes que o caos urbano se instale de maneira irreversível.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Lei das Obras

Lei das Obras

LEI DA SATISFAÇÃO APARENTE

Se um cliente fica satisfeito: a) Não entendeu o projeto. b) Não pagou o projeto. c) O arquiteto se enganou.
LEI DO LOTE ESTREITO
Em todos os lotes falta um metro de largura.
LEI DO TOPÓGRAFO
Dois levantamentos topográficos de um lote nunca são iguais. Corolário: Se existe um só levantamento este é confiável. Se existem dois...nenhum é confiável.
LEI DO BI-PROJETO
O cliente que necessita ampliar a garagem e construir um grande edifício, somente construirá a garagem.
LEI DO CARTOON
Se um cliente chama "desenhinho" ao anteprojeto, ele não vai querer pagá-lo.
LEI DA CERÂMICA
Nenhuma cerâmica de 20 x 20 mede 20 x 20.
LEI DO CAMINHÃO
Sempre que se vai verificar uma entrega de materiais, dirão que "o caminhão já saiu para entregar".
LEI DO "NIGUÉM SABE"
O cliente nunca sabe o que quer.
O arquiteto tampouco sabe o que quer o cliente.
O cliente nunca entende o que quer o arquiteto. Corolário: O projeto nunca reflete o que quer o arquiteto, nem o que quer o cliente.

LEI DA BUSCA
Não importa que seu projeto fique em um local escondido; se for um mau projeto, todos irão encontrá-lo.
LEI DO VIZINHO
Se no lote vizinho existe um edifício de "N" pavimentos, no seu terreno será permitido "N-2". Se seu edifício tem "N" pavimentos, seu vizinho poderá construir "N + 2".
LEI DO PRONTO
Se um cliente solicita uma modificação de projeto, diga que é impossível de ser realizada: depois estude o caso.
LEI DO TEMPO A FAVOR
Demore para realizar o detalhamento e não será preciso fazê-lo.
LEI DO EGO
Se quer um bom projeto, utilize o material adequado. Se quiser que seja publicado, use tijolos de vidro.
LEI DO ELETRODOMÉSTICO
Todas as máquinas de lavar pratos são 5 cm maiores.
LEI DO TEMPO
A temporada de chuvas começa no dia em que se iniciam as escavações.
LEI DO MAU
Não importa a causa: se algo sai mal no projeto o responsável será o arquiteto.
LEI DO AQUECEDOR
Para acomodar um simples aquecedor um closet deverá ser sacrificado.
LEI DA TOLERÂNCIA
"Modulação" é um sistema milimétrico para que os elementos fiquem bastante parecidos.
LEI DA EMPREGADA DOMÉSTICA
Se o quarto de empregada está projetado para que caiba uma empregada, o apartamento é velho. Se a empregada não cabe no quarto, o apartamento é novo.
LEI DO CLIENTE-ARQUITETO
O cliente é um arquiteto que não sabe desenhar.
Quanto mais caro o projeto mais arquiteto é o cliente e mais desenhista é o arquiteto.

LEI DO MESTRE DE OBRAS
Os ângulos retos não existem.
LEI DO OLHÔMETRO
Um orçamento nunca é cumprido. Corolário: se um orçamento é cumprido, alguém cometeu um erro.
LEI DA MEMBRANA ASFÁLTICA
Se uma cobertura não tem goteiras, tenha paciência.Corolário astronáutico: Se os foguetes tivessem que ser impermeabilizados, jamais o homem teria chegado à lua.
LEI DA FALSA ENTREGA
Se o carpinteiro chegou a tempo com os móveis, ele se enganou de obra.
LEI DA OFERTA
Se um tapete está em oferta:a) É rosa com verde e lilás.b) Tem 10 m2 a menos de que é necessário.c) Já foi vendido.
LEI DO "FICOU"
Nas obras, as coisas não são feitas: elas ficam.Exemplo: "Ficou torcido", "Ficou curto", "Ficou torto"...
LEI DO CLIENTE FIXO
Se um apartamento foi construído em um local adequado, de tamanhoadequado e a um preço adequado:a) O comprador que gosta do local e do tamanho não tem dinheiro.b) O comprador que gosta do local e do preço acha tudo pequeno.c) O comprador que gosta do tamanho e do preço não gosta do local.d) O comprador que gosta do tamanho, do preço e do local... é você!
LEI DO ÚLTIMO ESTRAGA
O último a executar qualquer serviço em uma obra estraga o serviço do anterior: o marceneiro estraga a pintura, o pintor estraga o piso, o piso estraga o reboco, e assim por diante.
LEI DO INEVITÁVEL
Sempre o último parafuso a ser colocado arrebentará um cano de água.

Comec

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), com aproximadamente 35 anos de funcionamento não atingiu os objetivos estabelecidos da integração da Região Metropolitana. Eu diria ainda que nos próximos 35 ou 50 anos tão pouco irá conseguir. Criada com o melhor dos argumentos, com a melhor das intenções a maior parte dos objetivos não foram alcançados dado o abismo existente entre Curitiba e as outras cidades integrantes da Região. Por absoluta falta de condições financeira e administrativa das cidades a volta de Curitiba, a Comec assumiu a responsabilidade técnica pelos estudos e decisões destas. Até aí tudo muito bem, problema é quando a Comec se tornou um instrumento político atendendo aos interesses que não são técnicos. Projetos entre dois, três municípios tem de ter a autorização da Comec e não a coordenação, fugindo assim do seu papel. A próxima eleição, principalmente a de deputados estaduais, pode corrigir este desvio de função, extinguindo ou recolocando a Comec a serviço dos municípios. Saudações